MADRI, 9 de mar de 2005 às 17:29
A publicação Alfa e Omega apresenta em sua última edição o testemunho de Pedro Sarubbi, o ator que interpretou Barrabás no filme "A Paixão de Cristo", que assegura ter se convertido durante a filmagem.
Sarubbi –que deu uma entrevista ao jornal italiano Avvenire– relatou que queria interpretar São Pedro mas o diretor Mel Gibson “tinha escolhido os atores baseando-se na semelhança com os personagens retratados nos quadros de Caravaggio e outros pintores”.
“Já como Barrabás, Gibson me disse que evitasse olhar para Jim Caviezel –que encarnava Jesus Cristo– até mesmo na cena em que deveríamos aparecer juntos. ‘Barrabás é como um cão feroz –me dizia–, mas há uma ocasião em que se torna um cachorrinho: ao encontrar-se com o Filho de Deus quando se salva. Quero que seu olhar seja daquele que vê Jesus pela primeira vez ’. Fiz como ele me havia dito, e quando nossos olhos se cruzaram senti uma espécie de corrente; era como se olhasse de verdade para Jesus. Nunca tinha me acontecido uma coisa parecida em todos meus anos de carreira”, indicou.
Para Sarubbi, “A Paixão” “foi uma experiência não só profissional, mas também, e sobretudo, humana. Não me envergonho de dizer que me converti durante a filmagem. Todos nós atores que participamos do filme mudamos um pouco depois dessa experiência, mas eu aprendi muito mais com o filme do que em qualquer conferência”.
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O ator lembrou que sua busca espiritual “começou há muitos anos, e me levou a percorrer todo mundo. Realizei uma longa busca antropológica, como homem e ator. Fui instruído nas artes marciais do mosteiro do Shaolín; permaneci em um mosteiro tibetano durante seis meses com voto de silêncio; pratiquei a meditação na Índia; e vivi na Amazônia. Alcancei a meta final desta busca com Jesus”.
Agora, indicou, “faço o possível para que esses olhos sigam sendo importantes para mim. Minha família é o primeiro de tudo; e também atuo de palhaço para crianças órfãs. Por outro lado, está meu trabalho: ensino executivos a dirigir-se em público, ensino em várias escolas para atores… Utilizo o que chamo o método do guerreiro, o sacerdote e o palhaço: na vida é preciso ser forte e honesto, espiritual e brincalhão. Um homem harmônico e justo é também um ator justo”.
Alfa e Omega explica que a seus 43 anos Sarubbi está há trinta no teatro –trabalhou com os grandes, como Grotowski e Cantor–, no cinema –‘O bandolim do capitão Corelli’– e na televisão”.
“Desde fevereiro dirige o Master de recitação televisiva e teatral para atores profissionais na Escola Paolo Grassi, de Milão. Embora tenha percorrido todo o mundo, gosta de viver em seu sítio nos arredores de Milão, com sua mulher, seus quatro filhos e a multidão de animais que possuem”.